educacao do paranaPor Gilberto Ribeiro (*)

A intransigência marcou o dia 29 de abril. O confronto que se seguiu no Centro Cívico entre policiais militares e professores, é algo que não pode ser esquecido, seja pela violência desproporcional aplicada pela polícia contra os manifestantes – que, diga-se de passagem, os militares cumpriam ordens -, seja pela sequência de erros cometida por quem de direito no comando das ordens que levaram massacre contra servidores.

O que se viu no Centro Cívico foi o cerceamento da liberdade de expressão. O cerco armado pela secretaria de segurança pública na região, foi algo nunca visto. Nem mesmo na época da ditadura militar se viu um aparato tão forte e expressivo de policiais militares que, inclusive, dificultaram o acesso de parlamentares e seus assessores à Casa do Povo.

A sequência de erros teve início com a sanha do governo do estado em abocanhar o dinheiro dos servidores, na Paraná Previdência. A partir daí, a presidência da Casa deu continuidade ao erro, não retirando o projeto de pauta momentaneamente, e sendo apática a tudo o que estava ocorrendo lá fora… ou seja, enquanto a presidência forçava a votação a todo custo, servidores eram oprimidos com bombas de gás, tiros de bala de borracha, avanço do Batalhão de Choque com seus pitbulls… aliás, cachorros estes que, inaceitavelmente, atacaram a um profissional de imprensa e ao deputado Rasca Rodrigues… se terá sido proposital a forma como os policiais realizaram a abordagem contra o profissional de imprensa e contra o deputado Rasca, isso já são outros quinhentos… o que importa, aqui, é que nem o deputado foi preservado.

Além disso, outros deputados foram ameaçados pelo aparato e sequer foram respeitados pelos militares enquanto tentavam impedir a “batalhar campal” que acabou sendo produzida no Centro Cívico pelas forças de segurança pública do Paraná.

Votei contra o projeto que altera a Paraná Previdência, porque acredito que os servidores, os donos desse dinheiro, deveriam ser ouvidos… que deveria haver uma discussão mais ampla e mais demorada, o que não aconteceu. E, por isso, vou pagar um preço, com toda a certeza. Mas prefiro manter a minha honra em firmar a minha opinião, do que perder o respeito recíproco dos servidores públicos do Paraná .

O dia 29 de abril não pode e não deve ser esquecido.

(*) Gilberto Ribeiro é radialista, comunicador, e deputado estadual pelo PSB.

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